ENSINA-NOS A CONTAR OS NOSSOS DIAS

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' Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios. '

( Salmos 90:12 )

O tempo é um presente muito importante que Deus nos deu. O Salmo fala sobre dias, anos, eternidade, gerações, manhã e noite, fala de quanto tempo dura uma vida normal, 70 ou 80 anos e faz uma pergunta sobre quanto tempo Deus vai demorar antes de mostrar misericórdia. Este Salmo nos mostra como Deus vê o tempo: mil anos para nós é como ontem para Deus.

O versículo chave que domina o Salmo é o versículo 12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios”. Se precisamos que Deus nos ensine, então o que é óbvio é que existe algo que não sabemos. Não sabemos contar nossos dias. Bem, eu suspeito que a maioria de nós sabe contar, então a oração não é pedir a Deus que nos ensine a fazer aritmética. É uma oração para que eu possa aprender as lições sobre o meu tempo, às quais o salmista já se referiu. Seria algo do tipo: “Ensine-me sobre o que o Senhor tem feito em cada geração”.

A primeira lição que preciso aprender com os versículos um e dois é que minha geração não é a geração mais importante, ou que alguns dias passados foram uma era de ouro, mas o que é importante é que Deus é um Deus eterno: Ele é eterno e não muda. Embora você pense que as montanhas são inabaláveis e antigas, antes mesmo das montanhas existirem, Deus estava lá. Uma geração vem e outra vai, mas Deus permanece e é um refúgio para cada geração. Em oposição à eternidade de Deus, o salmista define a sucessão de gerações. A eternidade de Deus se contrapõe à mortalidade da humanidade. No entanto, Deus não é apenas o oposto da brevidade de nossas vidas: a eternidade de Deus será vista como a resposta para nossa falta de segurança/estabilidade e nossa brevidade de vida. Deus, porque Ele é Deus, traz uma geração à existência e Ele retorna outra geração ao pó. Assim como Deus, ao falar a Palavra, trouxe as montanhas à existência, também pela Palavra divina Ele nos faz retornar ao pó de que fomos feitos. O dia da nossa morte é a última coisa que queremos pensar, e na sociedade educada de hoje não é aceitável falar em morte. Por nos escondermos da realidade desse aspecto da vida, precisamos nos voltar para Deus e pedir que nos ensine como lidar com o limite de tempo da nossa existência aqui na Terra. Precisamos entender o tempo de acordo com a perspectiva de Deus.

A segunda lição que preciso aprender é que para Deus, mil dias parecem ontem. Você fecha os olhos à noite pelo que acha que são apenas alguns minutos e, quando verifica a hora, percebe que está dormindo há horas. Assim é o tempo com Deus. Podemos pensar que temos uma longa vida pela frente e que podemos passar tempo com Deus e para Deus nos anos que virão. Mas o tempo e o futuro não estão nas nossas mãos e sob o nosso controle. Deus, por ser Deus, arrasta as pessoas no que é descrito como o sono da morte. Aparecemos por um tempinho e então o vento de Deus nos sopra e não deixamos nenhum vestígio de que já existimos. Deus, que é soberano, nos dá o dom da vida. Parecemos por um curto período de tempo como a grama no frescor da manhã, apenas para sermos queimados pelo sol antes do anoitecer. Nós entramos e saímos no mais breve dos momentos. Aprender a contar nossos dias é aprender que nossa geração não é diferente da geração anterior. Que Deus é eterno, e somente nEle podemos encontrar refúgio. Ter um coração de sabedoria é aprender a aplicar a perspectiva de Deus em nossas vidas. Somos mortais, somos fracos, somos dependentes de Deus. A lição mais difícil que ainda estou tentando aprender é que Deus é Deus e eu não. Quero estar no controle e preciso que Deus me ensine a contar meus dias.

A terceira lição que preciso aprender sobre meus dias e minha vida é que Deus está zangado comigo por causa do meu pecado. Estamos consumidos por Sua raiva e aterrorizados por Sua indignação. Às vezes é dito que Deus ama o pecador e odeia o pecado, mas isso é teologia ruim. Meu pecado é parte de quem eu sou. Meu pecado não é uma coisa externa que eu coloquei. Minha própria natureza é pecaminosa e os pecados que eu cometo são meramente o resultado do que eu sou. Eu precisava que Cristo morresse por mim, o pecador. Hoje em dia, na ‘Teologia do Politicamente Correto’, não é bom falar da raiva e indignação de Deus. Mas parte de aprender a contar meus dias é aprender que meus dias são pecaminosos e que Deus está zangado com quem e o que eu sou. Mas por que Deus nos daria uma mensagem tão negativa e miserável? Simplesmente porque é a realidade. Se devo banhar-me no gozo do perdão dos pecados, preciso perceber o quão excessivamente pecaminosos são meus pecados. Se eu subestimar a pecaminosidade de meu pecado, então subestimarei a importância da morte de Cristo.

A quarta lição que preciso aprender sobre meus dias é que meus dias não são apenas breves e que Deus está zangado comigo, mas também que há consequências para o meu pecado. Posso chegar a 70, e se for forte o suficiente, posso chegar a 80, mas mesmo o melhor daqueles dias está cheio de problemas e tristezas. Essa dificuldade e tristeza são as consequências do pecado. A consequência final do meu pecado é a própria morte. A morte nunca fez parte do plano original. A morte é o castigo de Deus pelo pecado. À medida que o salmista reflete sobre todas essas lições, ele exclama : “Quem conhece o poder da tua ira? Segundo és tremendo, assim é o teu furor.” Sua ira é tão grande quanto o medo que lhe é devido. E porque não entendo como contar meus dias, não entendo a brevidade da minha vida, não entendo a raiva de Deus contra mim e meu pecado. É por isso que o salmista chega ao versículo chave. A resposta implícita do salmista é "Senhor, eu não sei, mas você vai me ensinar a contar meus dias para que eu possa ganhar um coração sábio". O salmista aprendeu a sabedoria, e ele mostra essa sabedoria voltando-se para o Deus que tem sido um refúgio para o povo de Deus em todas as gerações.

O salmista ora e pede para o Deus que está irado afaste-se de Sua raiva e mostre compaixão. A razão pela qual Deus estava com raiva foi porque nós nos rebelamos e ficamos longe. Agora que chegamos a Ele, devemos dizer-lhe: “Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias”. O termo por trás dessa frase é amor infalível: “Senhor, lembre-se de que prometeu que seria o nosso Deus e nós seríamos o seu povo”. A concretização desse amor e os termos da Aliança foi a promessa de um Salvador, Jesus Cristo, que viria e demonstraria Seu amor. Enquanto ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós.

Meu irmão e minha irmã, devemos orar: “Senhor ensine meu coração a estar satisfeito com Cristo. Eu desperdicei meus dias na busca sem fim de outras coisas para me satisfazer, mas se o Senhor me ensinar a contar meus dias, então a sabedoria que ganho é aprender que realmente só posso estar satisfeito com Cristo”. Deus nos deu beleza em lugar de cinzas; paz e alegria em vez de tristeza e problemas. Deus é nosso refúgio. Ele é nossa casa. Em Deus temos descanso e devemos estar satisfeitos com o Seu amor da Aliança. Será se aprendemos essa lição?

Tenha um dia abençoado e até a próxima.

 

 

 

Devanir Caetano da Silva

Pastor da Igreja Restauração em Cristo

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